Pacientes com doença renal avançada, podem precisar de diálise, procedimento semelhante ao trabalho do rim, que é responsável entre outras coisas, por filtrar o sangue e assim retirar as impurezas para que sejam eliminadas.
A maneira mais comum de se realizar essa filtragem é através da hemodiálise, para que ocorra esse procedimento o sangue precisa ser retirado da pessoa através de cânulas, percorrer um sistema dentro uma máquina onde ocorre a retirada das impurezas e após isso retornar para dentro do corpo.
Essa retirada do sangue pode ser realizada através de um cateter ou através da fistula.
A fístula é criada cirurgicamente, através da união entre uma veia e uma artéria, por isso conhecida cientificamente como fístula artério-venosa. Após essa união, ocorre um desvio de parte do sangue e da pressão arterial para esta veia que passa a se dilatar, e assim tendo uma grande capacidade de fluxo sanguíneo, servindo então de acesso para que através de uma punção o sangue seja retirado, filtrado e devolvido.
Quando as fístulas para diálises são recomendadas?
Quando é feita a construção cirúrgica da fístula artério-venosa, esta necessita de um período de “amadurecimento” que leva em torno de 30 a 60 dias.
Portanto é recomendado realizá-la antes da necessidade efetiva da diálise.
Esse momento ideal da realização, pode ser monitorado através dos exames de sangue que vão mostrando a piora progressiva da função renal.
Infelizmente isso nem sempre é possível pois algumas vezes o rim tem piora súbita.
Pacientes que já dialisam por cateter também tem indicação de fístula.
Onde o acesso é construído?
É normalmente posicionado nos membros superiores, geralmente no punho não dominante, ou seja, braço direito nas pessoas canhotas e braço esquerdo nos destros.
Quanto mais longo o trajeto da veia da fístula, melhor. Por isso sempre iniciamos a tentativa de fístula primeiramente no punho e se não houver possibilidade, é feita na dobra do cotovelo.
Em casos mais raros pode ser feita com uso de próteses e nos membros inferiores.
Recomendações para a fístula ter um bom funcionamento
É recomendado que o paciente tenha inúmeros cuidados com a fístula para diálise, tais como:
- Higienizar de forma correta a fístula antes e depois da hemodiálise, seguindo as recomendações que o médico lhe passar;
- Manter o curativo feito pelos enfermeiros de quatro a seis horas após a realização da hemodiálise;
- Adquirir o hábito de sempre apalpar a fístula para notar se tem qualquer irregularidade com o fluxo sanguíneo do acesso;
- Evitar a coleta de sangue e verificação da pressão arterial no braço em que foi construída a fístula;
- Evitar, também, realizar atividade física intensa que exija esforço do braço com o acesso, bem como evitar dormir sobre ele;
- E, em caso de hematomas após as punções, utilizar compressas de gelo na hora que ele se formou e um dia apos fazer com água morna, de acordo com que o médico lhe indicar.
Quais as vantagens da fístula para diálise?
Além de oferecer menos riscos ao paciente, e ser instalada de forma relativamente simples, levando em consideração que é um procedimento cirúrgico, a fístula para diálise possui inúmeras vantagens.
Dá para utilizar o braço com o acesso normalmente fora das sessões da hemodiálise, desde que se respeite a intensidade das atividades. Há baixíssimo risco de infecção – mantendo a higienização adequada – e desenvolvimento de trombose.
Também há o fato da ausência de tubos e de cateteres penetrantes no paciente. Além de que não são necessários curativos no dia a dia, a não ser após as sessões de hemodiálise.
Não há o que temer quando o assunto são as fístulas para diálise. Apenas se certifique de receber o acompanhamento de um bom profissional e confie no tratamento.