O rim é o nosso órgão filtrador. O metabolismo, as reações químicas e outras atividades para o funcionamento do corpo humano, produzem uma série de impurezas, altas doses de creatinina, ureia, potássio e fósforo, que são na maior parte delas, eliminadas pelos rins.
Quando o rim não trabalha adequadamente, essas substâncias se acumulam provocando desordens e complicações por todo o corpo, devendo então ser removidas através de outra maneira, uma delas, a mais conhecida, é a hemodiálise.
Hemodiálise não é uma sentença de morte!
Muita gente tem medo quando descobre o diagnóstico de que os rins já não estão funcionais e é preciso fazer a hemodiálise.
Consideram isso uma sentença de morte, mas está longe de ser assim.
O tratamento com hemodiálise é apenas uma das opções para filtrar o sangue e devolver a saúde de quem está com insuficiência renal, não fosse por ela, pessoas com esse problema teriam seu tempo de vida abreviado.
Não é uma cura em si, na verdade, se opta pela hemodiálise para substituir o trabalho dos rins. Seja enquanto espera um transplante renal ou quando os medicamentos receitados pelo médico já não surtem mais efeito.
Terapia Renal Substitutiva (TRS)
Como dissemos anteriormente, a terapia renal substitutiva possui dois tipos.
A diálise, que é o tratamento com a filtragem do sangue através de uma máquina, conectada ao corpo por uma fístula arteriovenosa ou cateter e o transplante renal, que é o transplante dos rins.
Hemodiálise e diálise peritoneal
A diálise pode ser feita tanto no hospital, quanto em casa e por causa disso são divididas em duas categorias.
A hemodiálise é realizada no hospital três vezes por semana e com o apoio da equipe médica, já a diálise peritoneal é feita em casa sob responsabilidade do paciente e de seus responsáveis.
Deve ser feita diariamente e ao invés da fístula arteriovenosa, é necessária uma cirurgia para implantar um cateter na barriga para que possa ser conectado a bolsas de líquidos que são introduzidos, absorvem as impurezas e então são retirados.
Fístula arteriovenosa
A forma mais comum de ser realizada a hemodiálise, é através de um cateter, uma espécie de tubulação que é introduzida no corpo da pessoa, que serve para retirar o sangue, passar na máquina e o devolver.
Este método, apesar de prático e comum, possui vários riscos, como o de acidente na instalação, infecções, rupturas e trombose.
Apresenta um forte incômodo, pois a pessoa precisa conviver com uma peça aderida ao seu corpo, que além de atrapalhar na higiene pessoal, pode ser um fator de constrangimento.
Já a fístula arteriovenosa, resumidamente, é uma veia que já existe no corpo, protegida pela pele, que após passar por uma cirurgia de conexão a um artéria, apresenta alto fluxo de sangue e então pode ser usada para fazer a retirada do sangue e passagem pela máquina de hemodiálise para ser devolvido à corrente sanguínea livre das impurezas.
Mais comumente feita no pulso do paciente, é um processo cirúrgico feito idealmente com antecedência e planejamento, cerca de 2-4 meses antes de começar a hemodiálise.
Esse tempo é necessário para cicatrizar o acesso e ver a adaptação do corpo. Como a fístula é um acesso que une o sistema venoso ao arterial, há um fluxo muito forte e contínuo de sangue que não pode sofrer traumas.
Nesses casos, inclusive, o médico indica cuidados específicos de hábitos ao dormir para que a fístula não seja perdida. Pois qualquer infecção ou pressão em cima desse canal, pode provocar uma trombose.
Indicações e contra-indicações para a fístula arteriovenosa
A fístula arteriovenosa é indicada para casos de insuficiência renal crônica.
Quando os rins começam a dar sinais de que irão parar de funcionar, a hemodiálise vai se tornar necessária. Por isso que a fístula nunca é realizada em caráter de emergência. Ela é prevista, planejada e executada muito antes, para que se dê tempo de ela cicatrizar e realizar sua função sem demasiados problemas.
A fístula é contraindicada para pacientes com insuficiência cardíaca grave, alzheimer e outros que possuem insuficiência ou entupimento em vasos centrais.
Quem precisa fazer hemodiálise?
A hemodiálise é indicada sempre que o rim está trabalhando com menos de 15% de sua capacidade, e é aí que um dos tipos de diálise (a peritoneal ou a hemodiálise) são indicadas para o paciente.
Porém, nem sempre é necessária. Hoje, com os medicamentos e diagnóstico antecipado, é possível ter alguns cuidados para que se realize um tratamento conservador.
O tratamento conservador visa manter os rins funcionando com sua atual capacidade e se alia também a uma mudança na dieta e hábitos de saúde.
Como a hemodiálise é feita?
A veia agora modificada após sua união com a artéria, torna-se um canal no corpo do paciente. Este canal é então puncionado por duas agulhas, uma para retirar o sangue que vai passar na máquina de dialise e outra agulha para devolver o sangue “limpo”.
Nesta máquina, existem tubos e capilares sintéticos que fornecem um verdadeiro “banho” ao sangue do paciente, retirando suas impurezas e excessos.
O processo é bem curioso e demora entre 4-6 horas por sessão.
É um processo seguro e eficaz que deve vir acompanhado com uma dieta equilibrada.
O que a hemodiálise muda na vida do paciente?
É difícil para quem recebe o diagnóstico, e o primeiro pensamento é o de que não vai mais poder comer o que se gosta, viajar para todo e qualquer lugar, mas não é bem assim.
Como dito no início deste texto, os tipos de diálise vieram para ajudar o paciente, e com um bom acompanhamento, é possível viver com qualidade e ainda aproveitar a vida.
É possível viajar, é imprescindível os exercícios (com certas ressalvas) e uma boa alimentação.
O amor dos entes queridos, então, nunca terá contraindicação.
Confie no seu médico, realize exames anualmente. Viva bem e viva com saúde!