A trombose é a formação de um coágulo de sangue que impede o fluxo do mesmo, provocando inúmeras consequências. Mas você sabia que existem diferentes tipos de trombose? Hoje iremos falar sobre as diferenças entre trombose arterial e trombose venosa.
Segundo dados da Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia, uma em cada quatro pessoas pode desenvolver algum tipo de trombose. E, segundo estudos, até mesmo a COVID-19 está por trás do surgimento dela, pois ela desregula a circulação sanguínea.
Uma coisa é certa, a trombose pode ser evitada e em muitos casos tratada precocemente, evitando assim muitas de suas mais sérias consequências, que são: derrames, infartos e embolias pulmonares.
O que é Trombose Arterial?
As artérias são uma rede de vasos que transportam o sangue sob forte pressão do coração para todos os tecidos do corpo, a veia faz o outro caminho: leva o sangue dos tecidos em direção ao coração.
A trombose arterial acontece então nesse sistema, que leva o sangue para os tecidos do corpo. Comumente ela está relacionada à aterosclerose, que popularmente falando é conhecida como as placas de gordura. Quando isso ocorre, o sangue começa a se acumular e fica ali, parado, impedindo o transporte de nutrientes e oxigênio.
Essa obstrução causa diferentes consequências dependendo do local onde acontece. Por exemplo, a trombose arterial na artéria coronária causa um infarto; no cérebro, um acidente vascular cerebral ou AVC.
Esse tipo de trombose é muito mais raro mas também muito mais grave pois, sem oxigênio e nutrientes nos órgãos, eles podem gangrenar e como a doença é silenciosa, às vezes as pessoas não têm tempo ou meios de logo procurar um médico para tratamento.
Falando em gangrenar, a trombose pode ocorrer nas artérias da perna, provocando uma gangrena. Os intestinos também podem sofrer com trombose, sofrendo assim uma trombose mesentérica.
O que é Trombose Venosa e Trombose Venosa Profunda (TVP)?
As veias levam o sangue pobre em oxigênio e com substâncias nocivas, produtos do metabolismo das células, de volta ao coração. Quando a trombose afeta ali, é chamada de trombose venosa. E dependendo de onde ocorrer, ela recebe alguns outros nomes. Nos membros inferiores, quando ocorre em veias próximas da pele, é chamada de trombose venosa superficial ou trombose venosa profunda, quando o trombo entra nas veias mais profundas. Esse é o tipo mais comum, afetando cerca de 180 mil novos brasileiros por ano.
Cerca de 80% dos casos desse tipo de trombose ocorre nas pernas e pode ser resolvido sem riscos de vida se observados os sintomas e tomados os devidos tratamentos. Na maioria dos casos, não é grave e a inflamação local pode ser tratada.
O problema está quando o trombo se desprende e fica livre dentro da veia, migrando até alcançar os pulmões. Esse fenômeno é chamado de embolia pulmonar e pode trazer graves complicações pois atrapalha a circulação dos pulmões.
Nos casos da trombose venosa, são aplicados anticoagulantes que impedem o coágulo aumentar de tamanho, estabilizando ele e diminuindo os riscos de embolia pulmonar. Mais tarde vamos falar sobre os sintomas.
Quais os sintomas?
No sistema arterial
– frialdade do membro
– falta de pulsação
– dor
– palidez
– cianose (coloração azulada, geralmente dos dedos)
– parestesia ( formigamento)
No sistema venoso
- Edema (ou inchaço);
- Dores no local do trombo;
- Calor e vermelhidão;
- Sensação de peso,
- Rigidez da musculatura.
Quando a trombose arterial se manifesta, geralmente já é quando alguma consequência grave irá acontecer. Por exemplo: dor aguda no peito; dor no braço, maxilar e costas, sudorese (suor frio), formigamento, etc. Quando estes sintomas acontecem é necessário chamar imediatamente o SAMU (192).
Quais as causas?
As causas da trombose estão relacionadas aos hábitos de vida, alimentação e genética do paciente. Obesos e pessoas com mais de 40 anos também estão suscetíveis.
A trombose também pode surgir após cirurgias, com uso de anticoncepcionais, reposição e tratamentos hormonais, varizes e traumas na região, por exemplo, pancadas ou fraturas.
Colesterol alto, tabagismo e hipertensão também estão entre os fatores de risco.
Como é feito o diagnóstico?
Na maioria dos casos que não são graves, por exemplo, em um exame de rotina ou quando o paciente percebe um inchaço e vermelhidão nas pernas ou braços (pois, sim, a trombose também pode afetar os braços, embora muito raramente), o médico vascular vai solicitar o exame de ultra-sonografia com Doppler e também a dosagem sangüínea do dímero D, que verifica se existe um trombo no organismo.
Após essa primeira análise clínica e laboratorial, o médico vai solicitar mais exames para descobrir como e onde está o trombo e os melhores tratamentos para ele.
Quais são os tratamentos?
Para a trombose arterial, os tratamentos são muito variáveis.
Em quadros leves, onde houve uma trombose progressiva, dando tempo pro corpo ir se adaptando, o tratamento pode ser apenas clínico, com uso de medicamentos e mudança do estilo de vida.
Já nos casos mais graves onde existe o risco de perder um membro ou lesão de algum órgão importante como intestino, coração e cérebro, pode ser necessário algum tratamento intervencionista, como a remoção do trombo, dissolução deste com medicamentos, angioplastias com implante de stent e revascularização.
Outro procedimento bem conhecido também é a Endarterectomia, local mais famoso de se fazer é na carótida, onde o médico vai cirurgicamente remover a placa de gordura e o coágulo, através de uma incisão no pescoço. O paciente pode até estar acordado durante o procedimento.
Como prevenir?
Há os casos onde há a predisposição genética, nestes o paciente tem que estar duplamente mais atento. Para os demais, o importante é manter uma vida saudável e com visitas regulares ao médico.
O tabagismo é muito perigoso para o surgimento dos dois tipos de trombose, ou seja, nada de cigarro.
Quanto mais ativa for a pessoa, mais alimentos saudáveis ela consumir e ainda reduzir sal, açúcar, álcool, ultraprocessados ela estará bem mais longe de adquirir a doença.
Falamos hoje brevemente sobre a diferença entre as tromboses arterial e venosa e seus riscos. Gostou do conteúdo? Compartilhe com seus amigos e se precisar marcar uma consulta para verificar se a saúde está em dia, nós temos um grupo de atendentes preparados para responder às suas perguntas e marcar a sua avaliação com o médico vascular.
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